Toranja: "Segundo"
Mais maduros e ácidos, os Toranja regressaram com "Segundo". Dois anos volvidos sobre "Esquissos" e um sobre a intensa e frutífera digressão nacional, os Toranja regressam ontem às edições discográficas com o excelente "Segundo". Mais maduro, eléctrico e ácido, o "Segundo" registo da banda abre novos caminhos sonoros rumo a uma identidade cada vez mais definida, situada algures entre a renovação da metáfora pop, colhida com entusiasmo pela geração digital, que ainda não teve tempo para entrar no "Bairro do Amor", e uma mais do que feliz incursão pelo território da loucura e alucinação "acid-rock" com algunas inteligentes cicatrizes da "indie" nova-iorquina pós-Woodstock. Conversei com Dodi, baixista, de outro lado da linha. "Mais eléctrico? Sim, sem dúvida. Acho que este disco é de extremos. Falamos de emoção, mas de forma mais directa, sem tantas metáforas", afirma. Colocando de lado as composições "single", temas como "Outro Mundo", "Ensaio" e "Tempos Adversos" representam um passo em frente na procura de novos territórios do pop/rock. "Segundo" é a confirmação do talento oculto em "Esquissos" e antecipado na digressão 04. Temas como "Nada" revelaram um talento e uma orgânica insuspeitas em palcos em pouco por todo o país. "Sangue Que Ficou" apresentado ao "vivo" em formato acústico, simboliza esse amadurecimento "live", numa viagem paranóica a mão perder. "Segundo" é um dos registos a ter em atenção este ano. Destinado à platina, single ou dupla, o LP eleva a qualidade dos Toranja a um patamar de exigência e qualidade superiores, sem, no entanto, desencantar o público adolescente com baladas consistente em composições tão inteligentes como "Laços". Espera-se que a banda, centrada nas letras e no carisma de Tiago Bettencourt, sobreviva a si própria, evitando o triste fado dos "Silence 4". A pop nacional sem corantes nem conservantes agradece esta vitamina.
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“Depois do Nada”
Os teus segredos
São cardos e promessas
Que não vejo
Que ferem e que mordem
O meu peito
E um dia a nascer
Depois do nada
Os teus segredos
São lobos a rondar
A minha vida
São rasgos de luar
Roseira brava
E um dia a nascer
Depois do nada
Se eu tivesse
Nos dedos os segredos que tu guardas
Teria o mundo inteiro
Desvendado o meu segredo
Os teus segredos
Que guardas e que ferem
O meu peito
São pássaros
E gritos e sussurros
E um dia a nascer
Depois do nada
(Letra: Bruno Santos)
(Música: Miguel Serôdio)
http://gardeniapoprock.blogspot.com/2005/09/depois-do-nada-tema-da-novela-ningum.html
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