Sunday, February 26, 2006

É carnaval ninguém leva a mal


Sexta-feira passada um homem armado entrou no Museu do Rio de Janeiro e levou para casa: "A Dança" de Pablo Picasso; “The Two Balconies" de Salvador Dali, "O Jardim do Luxemburgo" de Henri Matisse e ainda "Marine" de Claude Monet. Policia afirma que não conseguiu apanhar o coleccionador pois este desapareceu no meio da multidão que invadiu as ruas do Rio para festejar o carnaval.

Bono e Geldof a caminho do Nobel


Estrelas rock Bono e Geldof estão entre os 191 nomeados para o Nobel da paz, segundo a Reuters. Vencedor arrecada 1.3 milhões de dólares. Banda sonora: "Sometimes You Can't Make it On Your Own". Esperemos que sim. O "boy" merece a propina.

Friday, February 24, 2006

Negative Creep

Thursday, February 23, 2006

Syriana: Tráfico de influências à Americana

É uma das estreias a não perder. Tive a oportunidade de comentar Syriana no início do mês numa sessão especial/matinal para críticos no NorteShopping. Obrigado Artur pelo convite. Mais recente proposta de Stephen Gaghan agrada à crítica europeia pela forma pseudo-jornalística como aborda uma tema quente: as relações perigosas entre o mundo da política e da economia, tendo o petróleo com moeda de troca. O argumentista de Traffic realiza um filme à Soderberg como o amigo de ambos Clooney em grande plano. Corrupção, crimes sem castigo, lobbies gigantescos a apoiarem golpes de estado no médio-oriente, tendo sempre como motor interesses de exploração de petróleo. Viagem pelo mundo da real politik à americana, num retrato denotativa dos falcões de Bush. Apesar de limitado enquanto proposta cinematográfica, Syriana encontra nos fãs de Soderberg, nos democratas norte-americanos e na esquerda europeia um auditório mais do que convincente. A narrativa semi-jornalística/documental continua a marcar pontos na sétima arte enquanto o "mainstream" audiovisual norte-americano, com CNN à cabeça, insistir em mostrar meias-verdades transformadas em mentiras de corpo inteiro.

Sala de ensaios Inside-Out

Ontem passei a noite na sala de ensaios Inside-Out no C.A.C.E. Cultural do Porto, no Freixo. Conversei longas horas com os seus fundadores, Cláudio e Sofia. Sinceramente, impressionou-me a beleza do espaço, o poder de iniciativa dos jovens e a atmosfera positiva do projecto. Espero sinceramente que o espaço continue a crescer. A sala acolhe várias bandas da cidade e apresenta-se como um dos "spots" mais interessantes para ensaiar e aprender música. Convívio, alegria e um ambiente de partilha e amizade que merece ser conhecido. Um grande abraço para ambos. Espero que o sucesso continue a acompalhar-vos. O Porto merece espaços assim de interessantes e as bandas têm, de facto, necessidade e encontrarem "ninhos" de convívio, partilha de ideias e amizades com vista para o Rio Douro. Obrigado pela conversa, foi espectacular. Todo o sucesso. Até breve.

Wednesday, February 22, 2006

Fantasporto´ 06

A festa do cinema regressa ao Porto entre os dias 20 de Fevereiro e 5 de Março. Do "quartel-general" no Rivoli com as Secções Oficiais e as Retrospectivas do Cinema Húngaro, do Expressionismo Alemão, de Bill Plymtpon e dos Irmão Shaw, ao Cinema Passos Manuel, onde está sediada a nova Secção do Festival, a "Love Connection", passando pelo Auditório da Biblioteca Almeida Garrett, que acolhe o cinema de Bombaim, sem esquecer os cinemas AMC, no Arrábida Shopping, que projectam alguns dos melhores filmes mais comerciais da edição 06.
O cinema português abre, oficialmente, a 26ª edição do Fantasporto ­Festival Internacional de Cinema do Porto. O primeiro filme português a ter honras de abertura do festival, "Coisa Ruim" de Tiago Guedes e Frederico Serra entra, também, em concurso na Secção Oficial de Cinema Fantástico. Para fechar com "chave de ouro", o Fantasporto 2006 recebe "Fragile". Depois do sucesso de "Los Sin Nombre" (Melhor Realização Fantas 2000) e "Darkness", o realizador espanhol Jaume Balagueró regressa ao cinema de terror. No principal papel do assustador "Fragile" encontramos a actriz Calista "AllyMcBeal" Flockhart.
A Secção Oficial de Cinema Fantástico conta com participações dos mais variados países. Para começar: Portugal. Dois filmes entram emcompetição. O já citado, "Coisa Ruim" de Tiago Guedes e Frederico Serra e "Animal" de Roselyne Bosch, uma co-produção com França e Diogo Infante no principal papel. Depois, um filme sueco de vampiros, leram bem, sueco e de vampiros:"Frostbiten" de Anders Banke. Ainda, o primeiro filme irlandês de zombies, "Dead Meat", de Conor McMahon, o regresso de Ivan Cardoso ao Fantas, "Um Lobisomem na Amazónia" e, entre muitos outros, o canadiano "Saints-Martyrs-des-Damnés" de Robin Auber. A 16ª Semana dos Realizadores do Fantasporto 2006 arrisca-se a ser a melhor de sempre! O vencedor da secção em 2003, Anders Thomas Jensen regressa com "Adam's Apple", o celebrizado realizador escocês, Michael Caton-Jones ("Rob Roy" e "City by the Sea") participa com a sua leitura dos acontecimentos no Ruanda em 1994. Destaque, também, para "Domino", o mais recente filme de Tony Scott, realizador de "True Romance". O Expresso do Oriente volta a ter paragem obrigatória no Fantasporto. A 26ªdo Festival Internacional de Cinema do Porto escolheu algumas das mais acutilantes produções daquela cinematografia para figurarem no cartaz de2006. Este ano, a Secção Oficial Orient Express tem um repetente: Kim KiDuke em dose dupla. Primeiro, "The Bow", selecção oficial "Un CertainRegard",do Festival de Cinema de Cannes 2005. Depois, uma análise amarga da prostituição e das suas consequências em "Samaritan Girl". O realizador volta ao tema, depois de "O Bordel do Lago" (2000). Das Filipinas chega-nosuma mistura de "Memento", "O Sexto Sentido e "The Ring" em "The Echo".Em2004, Takashi Miike realizou "One Missed Call", já apresentado noFantas. Agora, o telemóvel do inferno está de regresso em "One Missed Call 2".
Cinema Português no Fantasporto
O cinema português entra com o pé direito no Fantasporto 2006. Foram tantosos filmes submetidos à 26ª edição que, este ano, o Fantas decidiu alongar as sessões de cinema nacional. Vamos ter quatro sessões cheias de filmes portugueses, isto para não falar das duas longas metragens em competição na Secção Oficial de Cinema Fantástico e já aqui afloradas: "Coisa Ruim" deTiago Guedes e Frederico Serra, e "Animal" de Roselyne Bosch, umaproduçãode António da Cunha Telles com Diogo Infante.De documentários, como "Vez", Martin Dale, jornalista/crítico de cinemada prestigiada revista de cinema "Variety", lança um olhar sobre Arcos deValdevez a filmes de ficção/video musical, como "Shine On" de Rui de Brito. A canção dos Blind Zero "Shine On", do álbum "The Night Before and a New Day" (2005) é o mote para a curta-metragem de Rui de Brito. Não esquecendo objectos estranhos, mas curiosamente interessantes e relevantes como "A Piscina" de Iao Viana, João Viana. Selecção Oficial do FestivalInternacional de Cinema de Veneza 2004. De entre a selecção portuguesa olhar atento para "A Rapariga da Mão Morta". O realizador Alberto Seixas Santos ("O Mal", 1999) deixa por breves instantes as longas-metragens e filma odrama da Rapariga da Mão Morta.
AS RETROSPECTIVAS
Cinema Húngaro. No ano de 2006, comemoram-se os 50 anos da Revolução Húngara que, em1956, desafiou o Poder soviético e acreditou ser possível uma revolta popular tomar o Poder e transformar o país numa democracia. O esmagamento dessa revolta pelos tanques do Pacto de Varsóvia, provou que estavam errados nas suas esperanças. Mas, os seus ideais estavam certos, mesmo se demoraram,ainda, 30 anos a concretizar-se. O Fantasporto junta-se à comemoração ededica uma das suas Retrospectivas ao cinema deste país. Nomes importantes como Istvan Szabo, Márta Meszáros e Miklos Jancsó, ou mais recentes, estrelas em ascensão, como Kornél Mundruzcó estão presentes com os seus melhores filmes.
Expressionismo Alemão.
Ao longo das suas vinte e cinco edições, o Fantasporto sempre dedicou aocinema alemão o lugar de destaque que esta cinematografia inegavelmentemerece pelos contributos inovadores que deu nestes cem primeiros anos docinema. Foi esse reconhecimento da "marca" alemã nos grandes momentos da história do cinema e nas grandes criações estéticas que revolucionaram a 7ªarte, que justificaram no Fantas importantes retrospectivas. Este ano, o Expressionimso Alemão tem um lugar de destaque? o Fantasporto 06 exibe filmes como "Metropolis" e "Dr Mabuse" de Fitz Lang, ou "Nosferatu" e "Fausto" de F. W. Murnau.
Irmãos Shaw
Sempre atento à cinematografia oriental, o Fantasporto investe agora nosmaiores produtores de cinema chinês ­ os Irmãos Shaw. O cinema chinês comemorou 100 anos em 2005. Os Irmãos Shaw são uma parte fulcral dahistóriadesta cinematografia. Os seus filmes, que vão desde as artes marciais ekungfu, à ópera Huangmei, passando pela comédia. O Festival Internacional de Cinema do Porto mostra algumas das mais conceituadas obras produzidas pelos Shaw numa Retrospectiva a ver atentamente no Rivoli ­ Teatro Municipal.
Bollywood e Love Connection.
Dois espaços emergem na programação do Fantas. Um deles é a Biblioteca Almeida Garrettt que recebe uma Retrospectiva do Cinema de Bombaim, maisconhecido por Bollywood ­ o espectáculo do cinema, da música, do bailado, dacor e da coreografia, em filmes que são uma experiência única do audiovisual, com o volúpia envolvente das sensações E sempre em versão "extra large" de tempo. Bem como, uma exposição do artista belga Manú Gomezna Galeria da Biblioteca. Artista- cineasta, no ano passado foi Júri de uma das Secções Competitivas do Fantasporto. Manuel Gomez nasceu a 14 de Março de 1956, em Mont-sur-Marchienne, na Bélgica. Já expôs em Paris, e em muitos outros locais de França e no Palácio da UNESCO em Beirute. Em 1981ganhou o prémio de pintura dos Ateliers "Grand Hornu", para os jovens pintores. Como escultor, Gomez gosta de "explorar dimensões e sensações" estranhas ediferentes. Outro desses espaços é o Cinema Passos Manuel. A pouca distância do Rivoli, recebe uma nova Secção no Fantas, a "Love Connection". O objectivo é, basicamente, dar resposta a um conjunto de filmes que cada vez mais nos são propostos, com novas perspectivas sobre o amor, dos mais estranhos prazeres, de novas sexualidades, paixões intempestivas, amores marginais, bizarras formas de viver o sexo, perversões mais ou menos explícitas ou de perdições absolutas.
Homenagem a Manoel de Oliveira
O Fantasporto 2006 homenageia o realizador portuense, Manoel deOliveira, um dos maiores embaixadores da língua portuguesa no estrangeiro e patrono da Semana dos Realizadores do Festival Internacional de Cinema do Porto desde 1991.O Fantasporto exibe "O Espelho Mágico" (2005), o mais recente filme de Manoel de Oliveira. O realizador volta a adaptar Agustina Bessa-Luís ("O Princípio da Incerteza", 2002). Uma mulher deseja ver a Virgem Maria para lhe fazer algumas perguntas.

Monday, February 20, 2006

Visita de Amigo

Tenho andado triste. Na verdade, há muito tempo que não escrevo no "vício", nem corro atrás de eventos culturais. Após o encerramento do "Comércio" uma nova fase se abriu na minha vida. Tenho meditado bastante nas curvas da existência. Acredito que temos de passar por algumas dificuldades para valorizarmos pormenores que passam ao lado na espuma dos nossos dias felizes. Os momentos difíceis possuem o dom de ciclicamente filtrarem o essencial do acessório. Actualmente, encontro-me num processo de "filtragem".
Todo o homem procura a felicidade. Existem ricos tristes e pobres contentes, gente doente com amor à vida e tranquilidade no olhar, pessoas saudáveis com olhos de medo e lágrimas escondidas. Acredito na felicidade enquanto trabalho interior. Conheci centenas de jovens no Perú oriundos de famílias com problemas sociais gravíssimos, mas com uma energia e força de viver impressionantes e "burgueses/narcisos" no Porto anestesiados com o seu reflexo no espelho, incapazes de sair de casa para serem qualquer coisa para além de uma imagem.
Acredito que cada ser humano tem um dom. Importa descobrir qual e colocá-lo ao serviço dos outros. Desistir de viver de acordo com as nossas qualidades é colocar a nossa felicidade em "stand by". Devemos aproveitar os nossos pontos fortes.
Gosto de escrever, de ser jornalista, de conhecer pessoas e divulgar arte, ajudar gente com talentos especiais na música, cinema, teatro. Nem sempre tenho oportunidade de o fazer. Por vezes, a vida obriga-nos a recuar um passo, certamente vou ganhar balanço para avançar dois. Necessitamos de não perder o optimismo, o cheiro dos sonhos e a autoestima de crianças apaixonadas.
PS: Ontem tomei café com um amigo. Nuno gostei tanto de te ver. Um abraço. Braga não fica assim tão longe.