Saturday, March 18, 2006

SWAP no Festival Tucátulá 2006

SWAP no Festival Tucátulá 2006

Data 18 de Março
Horário 21h30
Local Auditório da Junta de Freguesia de Espinho Rua 23, Espinho
Entrada Livre


Criação transdisciplinar de João Costa, Rudolfo Quintas e Tiago Dionísio

"Swap - An Interactive Audiovisual Performance & Installation" é um projecto baseado no desenvolvimento de software que imerge o corpo num ambiente visual e sonoro interactivo.
Este projecto de criação foi seleccionado pelo conselho artístico do projecto Inter.faces (Ana Figueira, Cristina Grande, Ezequiel Santos e Joclécio Azevedo) e promovido pelo NEC em co-produção com a Culturporto.

+ Info
www.swap-project.com
info@swap-project.com

Tuesday, March 14, 2006

Nós e as máquinas


Há algo de extremamente excitante quase erótico no uso das novas tecnologias. Somos afectados de forma inconsciente pela vertigem da velocidade e da potência emanada do núcleo simbólico do universo cada vez mais sedutor dos objectos do quotidiano. Criamos rituais de linguagem. Incorporamos na nossa identidade a identidade das "coisas" tecnológicas que usamos. Queremos ser as máquinas que utilizamos e estão na "moda". Afirmamos: "Estou sem bateria" ou "estou sem rede". Mergulhamos na identidade colectiva da web com a esquizofrenia segura do "nickname". Somos tudo aquilo que nunca imaginámos que alguma vez poderiamos ser. Gostamos cada vez mais de um "nós próprios" ausente e distante no mundo já não concreto de átomos mas digital de bits. Expandimos o nosso sistema nervoso central para além dos nossos limites físicos e psicológicos. Optamos por adquirir um automóvel com uma velocidade máxima duas vezes superior à que alguma vez teremos a oportunidade de usar. Queremos ter a certeza de que se alguma vez na vida necessitarmos de "andar" a 340 à hora, temos "máquina" para isso. Sentimo-nos confortados, seguros, superiores. As potências das nossas máquinas são uma extensão, uma prótese da nossa própria potência, do nosso próprio sexo. Sugestão: A filmografia de David Cronenberg com "Videodrome" à cabeça.

Memória

A memória é uma corrida contra o tempo. Seduz-me a incerteza do amanhã.

Thursday, March 09, 2006

"Seres Invisíveis" de Bruno Anedda




No próximo dia 10 de Março, às 21h30, a Galeria Espaço Ilimitado acolhe “Seres Invisíveis”, o mais recente trabalho do artista plástico e fotógrafo Bruno Anedda.

Dividida em duas propostas, Gaza e Auto-Retratos de um Homem Invisível, "Seres Invisíveis", composta por fotografia, instalação e vídeo, resulta de uma pesquisa inteligente e inovadora sobre os conceitos de identidade e realidade.

Gaza, instalação - projecção de vídeo em tela e sensores de movimento que permitem a interacção entre o autor e o público, num diálogo comunicativo entre o real e o virtual.

O sentido de paródia e ironia está presente no vídeo de "Gaza". A imagem do soldado é aqui tratada como um ícone da invisibilidade, sugerindo o drama de um campo de batalha onde se confundem agressores e vítimas.


Auto-Retratos de um Homem Invisível - exposição de fotografia - cerca de vinte fotogramas exploram o tema do real e virtual, a essência humana e a máquina, nas quais Bruno Anedda representa o ser humano na sua própria condição. Trata-se da recriação de um personagem centralizada num indivíduo não reconhecido socialmente (pelo seu carácter invisível) que não se enquadra em nenhuma das categorias sociais a que todo o ser humano está sujeito, mas que mesmo assim as interpreta e as correlaciona com práticas quotidianas.

Qual a forma ou imagem das práticas comuns humanas? Como pode aquele que vê sem se ver e sem nunca ser visto fazer-se representar visualmente? -

São algumas das interrogações propostas por Bruno Anedda, que evoca, nesta exposição, o tema da não aparência associado à ausência de identidade, questionando os valores morais com que uma sociedade se controla.

«Não se sabe se é gordo ou magro, alto ou baixo, qual o seu extracto social, facha etária, ou raça que representa. Apenas conhecemos a sua necessidade de se auto-exprimir visualmente como forma de assumir a sua existência. É um ser humano tal como todos, apesar de diferenças que não somos capazes de catalogar.», afirma o autor.

Estes retratos simbolizam essa representação e não uma aparência singular roubada e ocasional, tornando-se a simulação a última das verdades.

Seres Invisíveis, tal como nas suas obras anteriores, aborda o conceito de identidade. Segundo Bruno Anedda, «É a ausência de elementos espaciais e temporais que torna questionável a verdade destas imagens. Uma verdade que a fotografia teoriza como apenas aparente e não necessariamente concensual.»

Diz o autor: «No quadro contemporâneo actual, as novas tecnologias têm vindo a adoptar um papel cada vez mais preponderante e decisivo na vida quotidiana, e na arte isso não é excepção. Cada vez mais nos predispomos para servir as máquinas, criações desenvolvidas para o nosso serviço. As relações humanas tornaram-se virtuais, as identidades confundem-se e os sentidos de distância encurtam-se, do mesmo modo que a fotografia proporciona um encurtamento no sentido temporal.

A fotografia é hoje entendida como uma expressão de um conceito geral e abstracto para além do seu processo de desenhar imagens pela acção da própria luz.»


Sobre o autor:

Bruno Anedda iniciou o seu percurso académico na Escola Soares dos Reis, no Porto. Acabou o Curso Superior de Fotografia na Escola Superior Artística do Porto em 2001. Terminou o Mestrado no Dutch Art Institute, na Holanda, em 2005.

Dos seus inúmeros trabalhos colectivos e individuais, destaque-se os seguintes:
Alemanha: Wege am Wasser, organizado por Verein 23 e Kulturwerkstatt Westend, Bremen, Alemanha, 2001.

China: Next Station, The Gold All Over The Sky, comissariado por Na Yingyu Sheng, Hua Center, Nanjing, China, 2004
Under Construction, Nanjing, China, 2004
Luggage, Nanjing, China, 2004

França:Histoire de Changes, Salle Guillaume de Nogaret, Montpellier, França, 2002.
Videoattitudes, Amiens, França, 2006.

Holanda: OPEN DAI'zzz, Dutch Art Institute, Enschede, Holanda, 2005.
Kunstvlaai 5, Amsterdão, Holanda, comissariado por James Beckett, 2004.
Oh Alice Kunsthuis Syb, Beetsterzwaag, Holanda.

Portugal:Photography Without Photography, Sentidos Grátis, Laboratório das Artes, Guimarães, Portugal, 2004.
FOTIMAG International Photo Hall and Image, Fil, Lisboa, Portugal, 2003
Retratos de Rua, comissariado por Julio de Matos, Teatro do Campo Alegre, Porto, Portugal, 2002.
Nós e os Outros, organizado pelo Goethe Institut, Casa das Artes, Porto, Portugal, 2002.
WC Invicta Public Art, 47B1 group, Ferreira Borges, Porto, Portugal, 2001.
DIDATICA 2001, Exponor, Porto, Portugal.
Pedimos Desculpa pelo Incómodo Prometemos Ser Breves, Biblioteca Almeida Garret, Porto, Portugal, 2000.
Modos de Ver, Ateneu Comercial do Porto e Teatro Rivoli, Porto, Portugal, 1998.
Tondela, Portugal, organizado pela Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT), 1998.

Turquia: RUCKSACK, Dyarbarkir Art Centre, Dyarbarkir, Turquia, 2005.


Espaço Ilimitado

Rua de Cedofeita, 187 Porto 919804918

http://www.brunoanedda.exto.org