"O Herói" português triunfa em Sundance
É a primeira vitória portuguesa em Sundance. A proposta “O Herói”, de Zézé Gamboa, co-produzida entre Portugal, França e Angola, conquistou, ontem, o recém criado “World Cinema Dramatic Jury Prize”, prémio reservado ao melhor filme dramático estrangeiro. A narrativa da longa-metragem gira em torno da figura de Vitorino, um jovem guerrilheiro que regressa à capital angolana para, em tempos de paz, tentar refazer uma vida desfeita pela guerra civil. Depois de viver 15 anos num cenário de violência, com uma mina a custar-lhe uma perna, o regresso a casa transforma-se noutra batalha pela sobrevivência, num contexto de desestruturação social, marcado pelo desemprego e pela corrupção generalizada. Estreado em Portugal, no ano passado, o filme não conheceu o êxito de bilheteira, tendo passado completamente ao lado do grande público consumidor de cinema. As estatísticas do ICAM dão ao “Herói” cerca de 300 espectadores nas duas semanas de exibição no circuito comercial português. No entanto, Zézé Gamboa afirmou à RTP que o seu filme conheceu valores de assistência muito próximos das 5 mil presenças, contando, desde logo, com antestreias e sessões especiais. Colocando de lado a guerra de números, no Fantasporto no ano passado, o filme foi recebido com apatia e relativo desinteresse. Com argumento de Carla Baptista e produção de Fernando Vendrel, “O Herói” é a terceira proposta cinematográfica dirigida por Gamboa. O realizador angolado estreou-se na sétima arte com a direcção de ”Dissidência”, em 1999, avançando depois para “Desassossego de Pessoa”, em 2001.
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