Tuesday, February 22, 2005

Sessão de Abertura Oficial do 25º Fantasporto


"Constantine" (2005) Posted by Hello

Sem representantes do Ministério da Cultura, por razões digestivas dos resultados eleitorais do último domingo, mas com a presença corajosa do Rui Rio e do presidente do ICAM, a cerimónia oficial de abertura do Fantasporto ficou ontem marcada, no Rivoli do Porto pela simplicidade mais do que pelo "glamour" e pela antestreia europeia de "Constantine", a mais cara produção de sempre do cinema Hollywood, cerca 300 milhões de dólares, e com Keanu "Matrix" Reeves a regressar ao grande ecrã em grande forma numa adapção hi-fi do clássico da DC/Comics.
Beatriz Pacheco Pereira tomou sobre si a responsabilidade de dar as boas-vindas do público e crítica ao certame. Para além de destacar o reconhecimento do Fantas a nível internacional, com a revista Variety a situar o Fantas nos 25 melhores festivais o mundo, e a nível nacional, com o governo a atribuir, na sessão de encerramento, a medalha de mérito cultural, a responsável evocou a memória de José Manuel Pereira, um dos fundadores do festival, na célebre conversa no café Luso, em 1980, pintor e artista gráfico responsável pelos primeiros cartazes do Fantas.
Em termos da proposta inaugural, "Constantine" afirma-se como um filme de encontro entre "O Exorcista" e "Matrix" sem conseguir superar ambos os dois títulos. Alia a pop expressionista dos irmãos Wachowski, numa ligação interessante mais do que criativa ao legado estético da DC Comics, e recupera algum do terror de "O Exorcista" sobretudo pelo "display" de efeitos especiais. As personagens, sobretudo, o próprio John Constantine e o anjo Gabriel estão bem conseguidas, os diálogos simples, directos, transculturais, prontos para serem consumidos por adolescentes da China à Argentina. No entanto, a proposta, apesar de apelativa, não leva o cinema fantástico para além dos dois títulos supracitados, ficando-se apenas por uma hora e meia de entretenimento "made in Hollywood".
Para hoje os destaques vão para o regresso de Tobe Hope, responsável pelo clássico "Massacre no Texas", que apresenta o "remake", "Toolbox Murders" e para a estreia do espanhol David Carreras Solè, com "Hypno", segundo me confessou ontem Beatriz Pacheco Pereira, "é um dos melhores filmes do festival", um "thriller" psicológico que pode surpreender público e crítica. Amanhã, o oscarizável "Sideways" chama a si todas as atenções, em mais uma antestreia limite.

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