O triunfo da ruralidade
Ontem à noite, na Queima do Porto, uma amigo alucinado confessou-me que tinha vendido o bilhete dos U2 para poder estar ali a ouvir Quim Barreiros. Facilmente se compreende o fenómeno no Portugal contemporâneo, mais de 30 anos de carreira, a tirar carros da garagem e a servir bacalhau à portuguesa. Provavelmente se Salazar não tivesse existido, e Portugal tivesse sentido, mesmo ao de leve, a vaga industrial dos anos 40/50 a ruralidade não se teria perpetuado em fenómenos como Quim Barreiros ou na música pimba. Por outro lado, convém relembrar que muitos dos universitários do Porto são migrantes precisamente de zonas rurais, onde os bailes da aldeia, aos 13/14 anos, eram, e ainda continuam a ser, celebrações de emancipação, de passagem, onde se bebe e "namora", muitas vezes pela primeira vez.
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