Pensamento
"A vida é demasiado curta para ser pequena."
Sugestões, críticas e pensamentos sobre Arte e outros vícios
"A vida é demasiado curta para ser pequena."
Posted by Anastácio Neto at 06:09 7 comments
Labels: Espiritualidade
Mês de Agosto promete momentos históricos para a imprensa "made in Portugal". Poderá "O Comércio do Porto" renascer das cinzas como cooperativa de jornalistas? A "Alternativa" já está em marcha. Novidades para breve...
Posted by Anastácio Neto at 00:31 2 comments
Labels: Política
"O Comércio do Porto" morre hoje com 151 anos. Portugal continental perde a seu mais antigo jornal, o Porto uma referência histórica, eu o meu emprego... Agosto não será um mês de férias, mas de luto pela perda física e emocional e de luta por um lugar de trabalho e sustento. Guardo memórias e reflexões sobre esta semana negra e desconcertante para mais tarde. Desculpem-me, mas sinceramente, ainda estou um pouco abalado... vi e senti gente que admiro, companheiros de trabalho, amigos, excelentes profissionais a chorarem de impotência e desespero... a forma como o pessoal está a ser despedido de um jornal centenário numa cidade invicta faz-me lembrar, com todo o respeito, os operários de uma qualquer multinacional do calçado a laborar no Bangladesh... é revoltante a lógica selvagem do lucro sem rosto nem moral e a impotência e, por vezes, cinismo de algum poder político.
Posted by Anastácio Neto at 00:49 5 comments
Labels: Política
"O Comércio do Porto" e "A Capital"
Posted by Anastácio Neto at 03:28 1 comments
Labels: Política
Entrevistar Dulce Pontes no Aeroporto Sá Carneiro sobre um concerto cancelado e um disco por editar...
Posted by Anastácio Neto at 02:49 0 comments
Labels: Música
Posted by Anastácio Neto at 02:23 2 comments
Labels: Cinema
Posted by Anastácio Neto at 20:17 1 comments
Labels: Música
Hoje de manhã avistei um grupo de jovens a correr pela Rua da Alegria em direcção aos Aliados. Será que foi um arrastão?
Posted by Anastácio Neto at 04:08 0 comments
Labels: Política
Posted by Anastácio Neto at 02:29 0 comments
Labels: Música
Posted by Anastácio Neto at 12:48 0 comments
Labels: Cinema
"A música é a mais popular forma de arte entre os jovens músicos portugueses... As novas criações revelam ideias, emoções, gostos, influências, de uma sociedade em constante mutação, permeável a toda a informação que lhes chega através da Internet, da televisão, da rádio, dos jornais, das sms e das outras formas de arte."
Texto extraído do folheto "Programação Julho 2005", da Casa da Música, "Concurso Estado da Nação - 1ª Eliminatória, sexta-feira, dia 15".
Posted by Anastácio Neto at 21:24 2 comments
Labels: Música
Aparentemente, segundo o JN de hoje, a Casa da Música vai fechar na segunda quinzena de Agosto. A instituição encerra "para manutenção e limpezas profundas, mantendo-se aberta, apenas, a bilheteira para dar informações ao público", esclareceu o departamento de assessoria de imprensa ao JN, justificando: "entendemos que o período mais forte ocorre na primeira quinzena de Agosto, sendo a segunda, apenas, residual. Além disso, a própria cidade entra de férias nessa altura do ano". Palavras para quê. É Portugal no seu melhor estilo.
Depois de apenas pouco mais de três meses de trabalho a Casa da Música já necessita de "limpezas profundas"? Provavelmente ao nível do pessoal, acrescento. "A própria cidade entra de férias nessa altura do ano" é uma desculpa provinciana que releva toda a falta de ambição de um projecto de Estado.
Posted by Anastácio Neto at 12:35 2 comments
Labels: Música
"Se compro um Picasso, isso não me dá o direito de o cortar ou de pintar sobre ele e alterar as suas cores sob o pretexto de que é meu, de que o paguei e me pertence", Woody Allen.
"Interromper um filme, mortifica-lo com a inserção de spots publicitários, é uma acção criminal que deve ser regulada pelo código penal", Federico Fellini.
Estreia hoje na Espanha documentário "Cineastas contra magnates" do realizador catalão Carlos Benpar. Ler crítica no El pais.
Acrescentaria relativamente à penosa questão da inserção de spots publicitários entre filmes e da respectiva anulação de formato e créditos, de que, em Portugal, esta realidade conhece na TVI o melhor dos exemplos. É provavelmente o único canal exclusivamente dedicado à publicidade, embora por vezes, a interrompa com alguns filmes e telenovelas de gosto duvidoso. Sinceramente já não tenho paciência.
Posted by Anastácio Neto at 12:21 1 comments
Labels: Televisão
Os cerca de 12 mil soldados norte-americanos, na sua grande maioria estacionados nas bases de Lakenheath e Mildenhall em Suffolk, foram ontem aconselhados para não se aproximarem de Londres. Familiares e pessoal de serviço receberam a mesma nota para se manterem afastados da capital britânica. Um porta-voz da USAF afirmou que se trata apenas de "uma medida de prudência para garantir segurança aos nossos soldados, civis e suas respectivas famílias". Uma medida que, para além de entrar em rota de colisão com o discurso do sempre destemido Bush, abre um precedente nas relações USA/GB. A resposta mais adequada de Blair seria, desde logo, retirar as tropas britânicas do Iraque, utilizando o mesmo argumento de segurança. Ou será que Londres é uma cidade mais perigosa do que Bagdad?
Posted by Anastácio Neto at 12:14 0 comments
Labels: Política
"America did not change on September 11, it only became more itself""The Thoughtful Superhawk" título/hiperligação da entrevista de Susan Windybank a Robert Kagan publicada na Policy. Leitura obrigatória para compreender a origem de alguns pontos de atracção e repulsa entre Europa e EUA.
Posted by Anastácio Neto at 02:16 0 comments
Labels: Política
Ressaca 2001 - Capital Europeia da Cultura travou trabalho de cruzamento e construção de novos públicos e sensibilidades artísticas na cidade, alimentando um novo-riquísmo latente na burguesia provinciana do norte. Actuamente, grande prémio de automóveis antigos de Rui Rio acelera na Boavista e a "Amália" (em versão internacional) de La Féria regressa ao teatro desta vez no Sá da Bandeira. Por vezes, sinto que a cidade, depois de parar no tempo, iniciou uma inversão de marcha rumo ao passado. Qualquer dia, ao cruzar a Av. dos Aliados ainda sou confrontado com uma ruidosa feira medieval.
Posted by Anastácio Neto at 01:56 0 comments
Labels: Política
Posted by Anastácio Neto at 13:13 0 comments
Labels: Política
Posted by Anastácio Neto at 00:41 2 comments
Labels: Política
Post conclusivo ou/e em aberto, tendo em conta a discussão gerada pelo original, "Infantilização da estética feminina", remeto para possíveis análises complementares, que derivaram parcialmente do "input" sobre estética/consumismo, para o excelente artigo "Consumismo" publicado no cinecultura.
Posted by Anastácio Neto at 00:26 6 comments
Labels: Espiritualidade
Foto, capa e repectivo tema central do Blitz desta terça-feira são históricos sob vários aspectos. "As Canções de Engate - As músicas do Salão Erótico e as outras que fizeram lá falta" é uma afronta clara ao "24 horas" que parece finalmente conhecer no novo Blitz um insuspeito concorrente. A fotografia de capa remete para um universo porno-popular que, sinceramente, me surpreendeu, pois julgava ausente das apostas editoriais portuguesas ligadas aos universos musicais. Depois de piscar o olhos à NME, a mais recente metamorfose do Blitz revelou nesta semana uma pulsão pela vulgaridade unicamente comparável ao pior do audiovisual português ou à versão brasileira Blitzerótica. Espero pelo engano.
Posted by Anastácio Neto at 19:58 0 comments
Ballet Gulbenkian extinto pela respectiva fundação. Capital Nacional da Cultura em 2006 anulada pela ministra da Cultura. Companhias teatrais do Norte em coma induzido pelo Instituto das Artes. Entretanto, vamos ter OTA´s e TGV´s. É o regresso à política do betão.
Posted by Anastácio Neto at 15:23 0 comments
Labels: Política
Posted by Anastácio Neto at 13:50 2 comments
Labels: Música, Solidariedade
Posted by Anastácio Neto at 02:31 2 comments
Labels: Música, Solidariedade
No mínimo memorável o concerto de Lucky Peterson que a Mezzo teve, ontem à noite, a inteligência e bom gosto de exibir. Sortudos os que poderam acompanhar a emissão do canal francês.
Posted by Anastácio Neto at 23:57 1 comments
Labels: Televisão
Posted by Anastácio Neto at 19:55 11 comments
Labels: Espiritualidade, Televisão
É a primeira dose da pré-temporada do Fantasporto 2006. Entre múltiplas promessas de Dorminsky, para já, concerto em noite de Halloween (31 de Outubro - 1 de Novembro), no Teatro Sá da Bandeira, com portugueses Moonspell, que passaram ainda este ano pelos Coliseu com Cradle of Filth, e os italianos Daemonia, de regresso ao local do crime, para destilar rock progressivo com Dario Argento em "background". Fantas "marketing" episódio 1 em pleno movimento. Espera-se um 2006 com mais conteúdo e renovadas propostas cinematográficas. "Love Connection" nova secção a inaugurar já na próxima edição em Fevereiro promete espaço para dramas sentimentais e algum erotismo asiático. Para além das novidades e muitos experimentalismos, alguns corajosos, diga-se, espera-se, sobretudo, consistência no grande ecrã. "Fantas Sound" diluído com mulheres húngaras à porta do Passos Manuel. Em 2006 tudo ou quase tudo pode acontecer na Fantas City.
Posted by Anastácio Neto at 23:44 1 comments
Posted by Anastácio Neto at 23:20 5 comments
Labels: Música
Posted by Anastácio Neto at 01:12 5 comments
Labels: Música
Bloc Party - The Answer (London, UK)
Spoon - Gimme Fiction (Austin, TX)
Kaiser Chiefs - Employment (Leeds, UK)
Posted by Anastácio Neto at 03:06 2 comments
Por motivos que estão devidamente explicados n´o vício da letra, decidi hoje inaugurar o referido espaço, inteiramente dedicado à literatura, onde ocasionalmente, dependendo da inspiração e da coragem, publicarei alguns poemas, contos, ensaíos e pensamentos meus e de autores nacionais e estrangeiros que admiro. Uma casa tendencialmente mais intimista e confessional. As portas estão abertas. Sejam bem-vindos.
Posted by Anastácio Neto at 20:55 0 comments
Labels: Internet, Literatura
Como transformar um "American Psycho" em "Batman", Christopher Nolan parece ter a solução. Na realidade o miúdo fez meio mundo chorar n´"O Império do Sol", de Spielberg, está bem crescido, já tem idade e barba rija para vestir a capa do super-herói de Gotham. Christian Bale ganhou asas e conquistou público e crítica norte-americanas, que já classificou o episódio, que estreia hoje em Portugal, como o melhor de toda a série. Quem pensava que Batman estava morto, enganou-se. O londrio Nolan ("Memento" e "Insónia" ) e 130 milhões de dólares são os principais culpados, e provam que o Homem-Morcego ainda tem asas para voar e (re)conquistar a cultura pop, pelo menos no verão 2005. As críticas do alguns jornalistas referência, como Kyle Smith do New York Post, dão nota máxima a "Batman Begins". Ver para crer. Provavelmente, fico em casa com "Os Idiotas", de Trier. São óptima companhia. Tenho medo das alturas e identifico-me mais com a idiotice fingida do que com realidade dos super-heróis de capa ao vento.
Posted by Anastácio Neto at 03:06 1 comments
Labels: Cinema
Aparentemente a acção de encobrir a estátua de Almeida Garrett, em frente à CMP, protagonizada pela Art´Imagem, e o ultimato consequente, da Plateira, em direcção ao Ministério da Cultura deram resultados. Paliativos é certo, mas com a promessa de Isabel Pires de Lima de "oferecer" dez mil euros às companhias de teatro no Norte, significa que estas já podem contar com algum dinheiro pelo menos para pagar parte dos juros à banca. Entretanto, a cultura teatral a norte encontra-se refém do Tribunal Administrativo do Porto. Espera-se e desespera-se. De Paulo Cunha e Silva nem uma palavra. O silêncio do Instituto das Artes torna-se cada vez mais ensurdecedor.
Posted by Anastácio Neto at 02:53 0 comments
Labels: Política
Perante uma carreira a solo em queda livre, Bill Corgan avança hoje, em notícia da REUTERS, em Chicago, que deseja ressuscitar os Smashing Pumpkins. Naturalmente, na base de um regresso improvável está o actual beco sem saída em que se encontra um dos maiores ícones do rock alternativo e avant-garde dos anos 90, com o álbum "TheFutureEmbrace" a fazer recordar o pior dos Smashing. Apesar de considerar "Siamese Dream" e "Mellon Collie and the Infinite Sadness" dois dos melhores registos da última década e meia, na verdade, não acredito em reuniões criativas e arrebatadoras em final de carreira. Actualmente, os Pixies são, provavelmente, o exemplo mais lamentável dos efeitos secundários da indústria dos festivais de verão.
Posted by Anastácio Neto at 21:03 0 comments
Labels: Música
Hoje acordei com telefonema de Pat Metheny, algures na Europa, numa "bus stop" improvável. Este ano o guitarrista tem sofrido de algumas dores nos ouvidos que o impedem de viajar de avião, mas revelou-se cheio de vontade de regressar a Portugal para apresentar ao vivo o mais recente "The Way Up", uma desconcertante peça dividida em cinco partes que serve de protesto contra as "small size songs" feitas para entrar em qualquer telemóvel. Um concerto a não peder no dia 25, sábado, no Coliseu do Porto. Metheny tem levado para casa, nos últimos sete anos, outros tantos Grammys, com "The Way Up", arrisca-se e levar com um oitavo. Jazz impecavelmente estruturado, de alta complexidade, ao vivo abre, naturalmente, espaços para uma improvisação que certamente não deixará de surpreender e encantar.
Posted by Anastácio Neto at 18:47 0 comments
Labels: Música
Com o saxofone de Marshall Allen cilindrado pelo trompete de Fred Adams e pelo trombone de Tyrone Hill, a Sun Ra Arkestra conseguiram com muito o esforço sobreviver anteontem à noite a uma equilização quase mortal, tendo encontrado, em duas horas de actuação, alguns espaço para oferecer dois ou mesmo três bons momentos de free jazz e retro-swing com alguns blues pelo meio interessantes. "Angels and Demons" e "Spaceship Lullaby" foram os temas mais fortes de uma noite bastante revivalista e com uma acústica de cortar os pulsos. Pequeno Auditório da Casa da Música invadido por uma Arkestra intergaláctica de veteranos, estética solar aliada a um jazz tão frenético quando perdido na Chicago dos anos 50. Volvidos 20 anos, a banda do mítico Sun Ra (1914-1993) merecia melhor acústica. Lamentável para o público que pagou 20 euros e para os músicos que esforçaram-se até ao limite por conquistar a plateira.
Posted by Anastácio Neto at 16:59 0 comments
Labels: Música
Protesto com elevado peso simbólico, a companhia Art´Imagem encobriu ontem a tarde a estátua de Almeida Garrett, situada em frente à Câmara Municipal do Porto, num criativo protesto dirigido à ministra da Cultura e ao histórico atraso na atribuição dos concursos do IA. A polícia municipal demorou pouco mais de meia-hora até se dar conta da ocorrência, apesar dos José Leitão ter alertado a autarquia e conseguido autorização do Governo Civil. Na realidade, foi quase patético assistir à intervenção da Polícia Municipal que revela o estado de ignorância democrática e deintimidação civil que actualmente atravessa vários sectores da sociedade portuense. Esperemos pelo bom senso eleitorial do povo da Invicta e pelo trabalho de casa do PS. Já falta pouco até Setembro.
Posted by Anastácio Neto at 15:41 0 comments
É o esgotar da paciência. As estruturas teatrais a Norte deram ontem um ultimato à ministra da Cultura. Se até terça-feira não resolver o problema dos subsídios, Isabel Pires de Lima terá de enfrentar um tsunami de manifestações e protestos colectivos. Situação há muito prevista. Em posts anteriores, desde o anúncio dos resultados, que esta situação era mais do que esperada. Actualmente, o tecido teatral do Porto, em particular, e do Norte, em geral, esta a atravessar uma das piores crises de sempre. Com os lamentáveis resultados do concurso do IA fixados em Março e "congelados" pela providência cautelar interposta pela Panmixia, em finais de Maio, as consequências a nível da produção não se fizeram esperar. Quem conseguiu crédito bancário ainda pode sobreviver durante alguns meses, casos contrários, como o das "Boas Raparigas" morrem lentamente. Não será de esperar que Isabel Pires de Lima crie uma linha de crédito para as companhias até à próxima terça-feira, não por falta de tempo, pois esta situação era como já afirmei até à exautão, mais do que previsível, mas por inércia pura e simples. Depois da desilusão Paulo Cunha e Silva, não deixa de ser lamentável, que gentes do Norte quanto chegam à capital sofrem de uma amnésia e inércia unicamente explicável por alguns complexos de inferioridade ou traumas provincianos. Não que deva beneficiar a região que os viu nascer, pois esta não fez esforço algum para que tal acontecesse, como é óbvio, mas que, pelo menos, tratem com maior inteligência e justiça uma região que ainda necessita de apoio cultural e formação a nível do ensino para sair de uma situção de claro atraso não na criação mas na fruição e consumo de bens artísticos.
Posted by Anastácio Neto at 15:25 0 comments
Amar-te assim desvelado
entre barro fresco e ardor.
Sorver entre lábios fendidos
o ardor da luz orvalhada.
Deslizar pela vertente
da garganta, ser música
onde o silêncio aflui
e se concentra.
Irreprimível queimadura
ou vertigem desdobrada
beijo a beijo,
brancura dilacerada.
Penetrar na doçura da areia
ou do lume,
na luz queimada
da pupila mais azul,
no oiro anoitecido
entre pétalas cerradas,
no alto e navegável
golfo do desejo,
onde o furor habita
crispado de agulhas,
onde faça sangrar
as tuas águas nuas.
Posted by Anastácio Neto at 02:23 0 comments
Labels: Literatura
Faleceu hoje de madrugada um dos maiores poetas de sempre da língua portuguesa: Eugénio de Andrade. Recordo-me ainda este ano, por altura do seu 82 aniversário, do encontro-celebração da vida do autor de "Escrita da Terra", na Fundação Eugénio de Andrade, na Foz, a 19 de Janeiro. De Manuel António Pina a Arnaldo Saraiva, de jovens talentos como Rui Lage, a casa/funcdação do poeta transformou-se num pequeno ninho para tão grande e sentida homenagem. Como no Porto, os escritores movem-se em "capelas", naturalmente alguns nomes que agora aparecem na televisão a elogiar o poeta não compareceram a festa de aniversário. Homem de esquerda, Eugénio produziu alguns do mais belos poemas que alguma vez tive a oportunidade de ler. A terra, o mar, o corpo e a figura da mãe são temas ou paisagens transversais numa obra notável que ao longo desta semana terei o cuidado, e espero o tempo, para revisitar aqui no blog. O país, visto como a língua portuguesa, fica a partir de hoje mais pobre. No entanto, importa ler e saborear a lírica de Eugénio.
Posted by Anastácio Neto at 16:07 1 comments
Labels: Literatura
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Posted by Anastácio Neto at 16:04 1 comments
Labels: Literatura
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como um acidente em seu sujeito,
Assim coa alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
(e) o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
"Sonetos de Camões", escolhidos por Eugénio de Andrade, Ed. Assírio & Alvim
Posted by Anastácio Neto at 20:11 0 comments
Labels: Literatura
É uma das estreias da semana. Volvidos pouco mais de dois meses sobre a "premier" em Hollywood, "Sin City" já arrecadou nos EUA mais de 73 milhões de dólares, preparando-se em breve para duplicar o investimento inicial de 40 milhões. Mas para além dos números, "Sin City", a mais recente extravagância audiovisual de Robert Rodriguez, triunfa por vários elementos de interesse que podem gerar uma nova vaga de realizadores e abalar parcialmente os estúdios de LA. Volvida mais de uma década sobre "Mariachi" para o qual Rodriguez teve de trabalhar como cobaia em laboratórios farmacêuticos, juntando os modestos sete mil dólares para a produção rodada em apenas de 20 dias, algures numa vila na fronteira com México, o realizador do "Aberto Até de Madrugada", conhecido como "do-it-yourself" e pela amizade com Tarantino, conquistou uma independência e vários milhares de dólares com "Spy Kids". Para produzir O primeiro dos três episódios "Sin City", Rodriguez só teve de juntar o mago da Marvel Frank Miller, 40 milhões de dólares e fechar-se na sua mansão em Austin, Texas. Virando as costas aos estúdios de Hollywood, "Sin City" foi rodado na garagem naturalmente azul e em formato digital com as estrelas a habitarem conforme a disponibilidade e set caseiro de Rodriguez. Pré-montagens dirigida por Miller, sucessso garantido nas bilheteiras pela presença de Bruce Willis e aplauso da crítica pela estética "noir" do Miller menos "mainstream". A proposta triunfa em duplo sentido, mostrando aos estúdios de Hollywood que, tal como as grande editoras, a tecnologia e a arte não jogam a seu favor.
Posted by Anastácio Neto at 03:29 1 comments
Labels: Cinema
D´ "As Causas da Decadência dos Povos Penínsulares", de Antero de Quental, a "Portugal, Hoje: o Medo de Existir", de José Gil, passando por "Portugal Como Destino seguido de Mitologia da Saudade", Eduardo Lourenço, o universo ensaístico nacional tem produzido múltipas reflexões sobre o Pensar e a Mentalidade portuguesa em áreas tão diversas como a religiosa, cultural e socio-política. Actualmente, com José Gil transformado em fenómeno mediático, com o seu mais recente ensaío, que vai já na 7ª edição em apenas seis meses, e a conhecer leitores em vários e insuspeitos estratos sócio-culturais, importa situar o fenómeno e contextualizar uma "hype" que, se por um lado, tem aspectos sinceramente positivos, sobretudo no que diz respeito à aproximação do pensamento filosófico e do ensaío crítico ao leitor de domingo à tarde, resulta, por outro lado, de factores menos felizes e que se podem caracterizar pela tendência para a autoflagelação, em tempos de crise económica e identitária. Alegro-me pela popularidade do autor e da obra em particular, mas coloco reticências em relação à quantidade de novos admiradores que terão a "bagagem" para consumir outras propostas ensaísticas de José Gil, bem mais complexas como "As Metamofoses do Corpo". Portugal ainda sobre de uma crise educacional crónica. Temo ainda que a esfera mediática que há muito consumiu a pública, aniquilando qualquer espaço sério de debate e reflexão crítica, remetendo a opinião para os sacerdotes do costume, Eduardo Prado Coelho, Marcelo Rebelo de Sousa e Miguel Sousa Tavares, entre outros, acabe, como mecanismo de autodefesa, por transformar Gil numa espécie figura contemplativa e iconográfica. A palavra vive do encontro surpreendente e arrebatador; da acção consequente e inovadora. Enquanto os filósofos pensam a realidade não pode continuar a passear-se distante do Homem.
Posted by Anastácio Neto at 04:29 0 comments
Labels: Literatura
Ontem o Porto assistiu a mais uma revelação das lamentáveis tácticas políticas de Rio. À espera da ministra da Cultura, que decidiu participar, a título particular, na mais do que merecida homenagem a esse vulto do pensamento português do séc. XX, Óscar Lopes, estavam na entrada do palácio de cristal, dois cartazes que pediam à ministra para acabar com a birra e deixar contruir o buraco de Ceuta. Pelo tamanho e proximidade com os panéis da Feira do Livro do Porto, prontamente o vice.presidente da APEL, Jorge Araújo, se encarregou de pedir desculpas à ministra, demarcando-se das mensagens, afirmando mesmo que entrou em contacto com os responsável pelo Palácio, pedindo para que retirassem os cartazes, ao que estes responderam que tinham autorização da Câmara Municipal do Porto. Estamos perante a táctica que surpreende pela infantilidade e cobardia. Sem qualquer movimento popular que suporte a colocação de tais mensagens, ter um autarca a usar o equipamento municipal e um evento literário para enviar mensagens aos governanentes e fazer campanha eleitoral pela negativa roça o caricático e releva uma falta de estatura política sem precedentes. Naturalmente será escusado dizer que nenhum representante da CMP se dignou assumir a autoria dos cartazes e comparece à homenagem de um homem do Porto que se afirma como um dos maiores vultos do ensaísmo, crítica literária, linguística e pensamento contemporânea. A cultura autarquica fica-se pelo insulto anónimo e pelas festas das rádios pimpa da cidade.
Posted by Anastácio Neto at 16:01 0 comments
Labels: Política
Tendo como pano de fundo o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, ficam, duas sugestões alternativas aos nomes ontem divulgados na comunicação social e que serão condecorados, no dia 10, por Jorge Sampaio. Em vez da nova estrela do marketing internacional José Mourinho, proponho a atleta olímpica e campeã nacional Teresa Machado, que actualmente lava escadas para sobreviver. Em vez da apresentadora televisiva e aspirante a actriz, Catarina Furado, cujo contributo cultural para o nosso país tem sido e continua a ser nulo, proponho "As Boas Raparigas", que tiveram de vender parte do espólio para sobreviver... Os verdadeiros vencedores portugueses são os exemplos de talento e sobrevivência cá dentro e não de sucesso mediático lá fora.
Posted by Anastácio Neto at 15:50 2 comments
Labels: Política
Depois do sucesso da primeira edição, com mais de 40 mil visitantes, Serralves oferece a versão 2005 à cidade, mas com assinaláveis alterações estruturais. A primeira nasce do embaraço 2004 chamado Televison. O concerto pago acabou por não resultar em termos sonoros e de público. Este ano, evita-se os concertos chocolate, simplifica-se, com 160 mil euros da Unicer não há necessidade alguma de cobrar bilhetes. Outra das reactulização retira à noite de sábado alguma da animação que teve no ano passado. Na realidade a presença de banda da cidade, como Plaza e um conjunto de propostas sonoras "afterhours" interessantes transformou Serralves numa espécie de "disco out of control". Este ano simplifica-se, três DJ reinam até às 06h00, nada de bandas ao vivo pela noite dentro. Triunfam as parcerias com TNSJ, ACE, FITEI, ONP entre muitas outras. Música, Dança, Teatro, exposições, debates e muita animação a partir das 08h00 de amanhã até à meia.noite de domingo. Apesar de menos nutritiva, a Festa de Serralves não deixa de ser um "local" interessante para viajar este fim-de-semana.
Posted by Anastácio Neto at 18:13 0 comments
Labels: Artes Plásticas
"Hill of Montmartre with Quarry", Van Gogh, 1886
Over hill, over dale,
Thorough bush, thorough brier,
Over park, over pale,
Thorough flood, thorough fire,
I do wander everywhere,
Swifter than the moone's sphere;
And I serve the fairy queen,
To dew her orbs upon the green:
The cowslips tall her pensioners be;
In their gold coats spots you see;
Those be rubies, fairy favours,
In those freckles live their savours:
I must go seek some dew-drops here,
And hang a pearl in every cowslip's ear.
Posted by Anastácio Neto at 02:00 0 comments
Labels: Literatura
Depois da abertura do FITEI versão 2005, no TNSJ, que contou com as presenças de Mário Dorminsky/Beatriz Pacheco Pereira, Regina Guimarães/Seguenail, Isabel Alves Costa, José Cruz dos Santos, Jaime Azinheira, João Luís entre outros, o próximo fim-de-semana no Porto promete ser de grande actividade a nível cultural. Para além do FITEI, Serralves promete 40 horas de festa e o Festival da Fábrica, de Alberto Magno, apresenta alguns dos melhores movimentos de dança contemporânea da actualidade. Entretanto a Feira do Livro continua a promover o prazer da leitura no Pavilhão Rosa Mota. Junho não poderia ter começado da melhor maneira. Motivos não faltam para desligar a televisão e sair de casa para saborear algumas das propostas em cartaz para este fim-de-semana no Porto.
Posted by Anastácio Neto at 20:37 0 comments
Labels: Artes Plásticas, Cinema, Dança, Teatro
A importância dos blogs na reconstrução da história norte-americana. "Art, blogs bare souls of yet another fighting generation" é um artigo/editorial notável publicado no USA Today sobre a forma com os soldados estão a partilhar as suas experiências de guerra na blogosfera, a ultrapassar a censura dos media. Partindo do poema "Leaves of Grass", de Walt Whitman, uma visão de como a arte pode ser mais verdadeira "than the real thing".
Posted by Anastácio Neto at 00:16 5 comments
"War or Discord on Horseback", 1894, Douanier Rousseau
A SONG of the good green grass!
A song no more of the city streets;
A song of farms--a song of the soil of fields.
A song with the smell of sun-dried hay, where the nimble pitchers
handle the pitch-fork;
A song tasting of new wheat, and of fresh-husk'd maize.
For the lands, and for these passionate days, and for myself,
Now I awhile return to thee, O soil of Autumn fields,
Reclining on thy breast, giving myself to thee,
Answering the pulses of thy sane and equable heart,
Tuning a verse for thee. 10
O Earth, that hast no voice, confide to me a voice!
O harvest of my lands! O boundless summer growths!
O lavish, brown, parturient earth! O infinite, teeming womb!
A verse to seek, to see, to narrate thee.
Ever upon this stage,
Is acted God's calm, annual drama,
Gorgeous processions, songs of birds,
Sunrise, that fullest feeds and freshens most the soul,
The heaving sea, the waves upon the shore, the musical, strong waves,
The woods, the stalwart trees, the slender, tapering trees, 20
The flowers, the grass, the lilliput, countless armies of the grass,
The heat, the showers, the measureless pasturages,
The scenery of the snows, the winds' free orchestra,
The stretching, light-hung roof of clouds--the clear cerulean, and
the bulging, silvery fringes,
The high dilating stars, the placid, beckoning stars,
The moving flocks and herds, the plains and emerald meadows,
The shows of all the varied lands, and all the growths and products.
Fecund America! To-day,
Thou art all over set in births and joys!
Thou groan'st with riches! thy wealth clothes thee as with a swathing
garment! 30
Thou laughest loud with ache of great possessions!
A myriad-twining life, like interlacing vines, binds all thy vast
demesne!
As some huge ship, freighted to water's edge, thou ridest into port!
As rain falls from the heaven, and vapors rise from earth, so have
the precious values fallen upon thee, and risen out of thee!
Thou envy of the globe! thou miracle!
Thou, bathed, choked, swimming in plenty!
Thou lucky Mistress of the tranquil barns!
Thou Prairie Dame that sittest in the middle, and lookest out upon
thy world, and lookest East, and lookest West!
Dispensatress, that by a word givest a thousand miles--that giv'st a
million farms, and missest nothing!
Thou All-Acceptress--thou Hospitable--(thou only art hospitable, as
God is hospitable.) 40
When late I sang, sad was my voice;
Sad were the shows around me, with deafening noises of hatred, and
smoke of conflict;
In the midst of the armies, the Heroes, I stood,
Or pass'd with slow step through the wounded and dying.
But now I sing not War,
Nor the measur'd march of soldiers, nor the tents of camps,
Nor the regiments hastily coming up, deploying in line of battle.
No more the dead and wounded;
No more the sad, unnatural shows of War.
Ask'd room those flush'd immortal ranks? the first forth-stepping
armies? 50
Ask room, alas, the ghastly ranks--the armies dread that follow'd.
(Pass--pass, ye proud brigades!
So handsome, dress'd in blue--with your tramping, sinewy legs;
With your shoulders young and strong--with your knapsacks and your
muskets;
--How elate I stood and watch'd you, where, starting off, you
march'd!
Pass;--then rattle, drums, again!
Scream, you steamers on the river, out of whistles loud and shrill,
your salutes!
For an army heaves in sight--O another gathering army!
Swarming, trailing on the rear--O you dread, accruing army!
O you regiments so piteous, with your mortal diarrhoea! with your
fever! 60
O my land's maimed darlings! with the plenteous bloody bandage and
the crutch!
Lo! your pallid army follow'd!)
But on these days of brightness,
On the far-stretching beauteous landscape, the roads and lanes, the
high-piled farm-wagons, and the fruits and barns,
Shall the dead intrude?
Ah, the dead to me mar not--they fit well in Nature;
They fit very well in the landscape, under the trees and grass,
And along the edge of the sky, in the horizon's far margin.
Nor do I forget you, departed;
Nor in winter or summer, my lost ones; 70
But most, in the open air, as now, when my soul is rapt and at
peace--like pleasing phantoms,
Your dear memories, rising, glide silently by me.
I saw the day, the return of the Heroes;
(Yet the Heroes never surpass'd, shall never return;
Them, that day, I saw not.)
I saw the interminable Corps--I saw the processions of armies,
I saw them approaching, defiling by, with divisions,
Streaming northward, their work done, camping awhile in clusters of
mighty camps.
No holiday soldiers!--youthful, yet veterans;
Worn, swart, handsome, strong, of the stock of homestead and
workshop,
Harden'd of many a long campaign and sweaty march, 80
Inured on many a hard-fought, bloody field.
A pause--the armies wait;
A million flush'd, embattled conquerors wait;
The world, too, waits--then, soft as breaking night, and sure as
dawn,
They melt--they disappear.
Exult, indeed, O lands! victorious lands!
Not there your victory, on those red, shuddering fields;
But here and hence your victory.
Melt, melt away, ye armies! disperse, ye blue-clad soldiers!
Resolve ye back again--give up, for good, your deadly arms; 90
Other the arms, the fields henceforth for you, or South or North, or
East or West,
With saner wars--sweet wars--life-giving wars.
Loud, O my throat, and clear, O soul!
The season of thanks, and the voice of full-yielding;
The chant of joy and power for boundless fertility.
All till'd and untill'd fields expand before me;
I see the true arenas of my race--or first, or last,
Man's innocent and strong arenas.
I see the Heroes at other toils;
I see, well-wielded in their hands, the better weapons. 100
I see where America, Mother of All,
Well-pleased, with full-spanning eye, gazes forth, dwells long,
And counts the varied gathering of the products.
Busy the far, the sunlit panorama;
Prairie, orchard, and yellow grain of the North,
Cotton and rice of the South, and Louisianian cane;
Open, unseeded fallows, rich fields of clover and timothy,
Kine and horses feeding, and droves of sheep and swine,
And many a stately river flowing, and many a jocund brook,
And healthy uplands with their herby-perfumed breezes, 110
And the good green grass--that delicate miracle, the ever-recurring
grass.
Toil on, Heroes! harvest the products!
Not alone on those warlike fields, the Mother of All,
With dilated form and lambent eyes, watch'd you.
Toil on, Heroes! toil well! Handle the weapons well!
The Mother of All--yet here, as ever, she watches you.
Well-pleased, America, thou beholdest,
Over the fields of the West, those crawling monsters,
The human-divine inventions, the labor-saving implements:
Beholdest, moving in every direction, imbued as with life, the
revolving hay-rakes, 120
The steam-power reaping-machines, and the horse-power machines,
The engines, thrashers of grain, and cleaners of grain, well
separating the straw--the nimble work of the patent pitch-fork;
Beholdest the newer saw-mill, the southern cotton-gin, and the rice-
cleanser.
Beneath thy look, O Maternal,
With these, and else, and with their own strong hands, the Heroes
harvest.
All gather, and all harvest;
(Yet but for thee, O Powerful! not a scythe might swing, as now, in
security;
Not a maize-stalk dangle, as now, its silken tassels in peace.)
Under Thee only they harvest--even but a wisp of hay, under thy great
face, only;
Harvest the wheat of Ohio, Illinois, Wisconsin--every barbed spear,
under thee; 130
Harvest the maize of Missouri, Kentucky, Tennessee--each ear in its
light-green sheath,
Gather the hay to its myriad mows, in the odorous, tranquil barns,
Oats to their bins--the white potato, the buckwheat of Michigan, to
theirs;
Gather the cotton in Mississippi or Alabama--dig and hoard the
golden, the sweet potato of Georgia and the Carolinas,
Clip the wool of California or Pennsylvania,
Cut the flax in the Middle States, or hemp, or tobacco in the
Borders,
Pick the pea and the bean, or pull apples from the trees, or bunches
of grapes from the vines,
Or aught that ripens in all These States, or North or South,
Under the beaming sun, and under Thee.
Posted by Anastácio Neto at 00:00 0 comments
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Arranca amanhã, dia 31, a 28ª edição do FITEI. O mais antigo festival de teatro realizado em Portugal acolhe na inauguração da versão 2005, "Berenice", de Racine, proposta do D. Maria II de Lisboa, traduzida por Vasco Graça Moura, com música de Mário Laginha e a actriz Beatriz Batarda em destaque. Seguem-se 16 espectáculos em 13 dias. Conversei hoje com Mário Moutinho e, sinceramente, considero a programação bastante mais equilibrada do que a 2004, onde as peças brasileiras dominaram todo o certame. Apesar de todos os problemas orçamentais, ligados, inevitavelmente, a mais do que reportada crise do IA, com empréstimos bancários pelo meio, fica a chamada de atenção para a abertura de um festival que merece atenção da crítica e essencialmente presença do público.
Posted by Anastácio Neto at 23:19 0 comments
Labels: Teatro
"Os homens nem sempre avançam, nem sempre atacam. Alguns preferem esperar, deixar que o tempo lhes traga o que mais precisam, para nunca terem de tomar decisões. O Fred é assim, como um lobo, e os lobos preferem morrer de fome a cometer um erro. Ele nunca dará um passo em frente."
Posted by Anastácio Neto at 01:36 3 comments
Labels: Literatura
Inspirado na abertura das feiras no livro de Lisboa e Porto.
Escolha com precisão cirúrgica um público alvo. Esqueça-se de si. Coloque-se sempre sempre leitor em primeiro lugar. Exemplo: se decidir tornar-se num escritor urbano-realista, com olhos colocados no público feminino, siga o magnífico e bem sucedido exemplo de Margarida Rebelo Pinto e coloque imediatamente de lado palavras com mais de quatro ou cinco sílabas. Simplifique. Se lhe faltar inspiração, corra para a cabeleireira mais perto de si e permaneça atento às conversas da clientela ou siga para uma loja de decoração de interiores e preste atenção aos dramas familiares da classe média com aspirações a alta. Não tenha medo nem pudor, leve um bloco de notas consigo. Não confie na sua memória. Defina os personagens de forma o mais estereotipada possível. Figuras planas, com o mínimo de densidade psicológica possível. Exemplo: Mulher atraente, loira de 38 anos, licenciada em recursos humanos, vive com engelheiro informático que trabalha para uma empresa de telecomunicações. Subitamente, encontra no ginásio um chefe do departamento de marketing de uma multinacional de produtos de beleza que teima em convidá-la para uma sessão fotográfica para o próximo catálogo Primavera/Verão, pois não acredita que nossa heroína não seja ou tenha sido uma modelo. Entre dentro da mente desta fantástica mal aproveitada mulher. Defenda com unhas e dentes o seu dilema, se necessário for coloque suspeitas sobre o marido que poderá muito bem ter uma ou duas amantes. Crie mistério. Nunca que esqueça de descrever com pormenor corpos, rostos e cheiros dos personagens.
Posted by Anastácio Neto at 20:37 2 comments
Labels: Literatura
Dias do demónio chegam numa renovação hip-pop que promete novos rumos para a MTV. Os N.E.R.D. que se cuidem, os macacos estão mesmo de volta e reclamam para si um território que lhe pertence por direito próprio. É a lei da selva audiovisual, as vitimas serão inevitavemente sacrificadas nos novos altares do cabo. A cores do imaginário colectivo do público 3G jogam a favor dos Gorillaz, as "playlists" vão na mesma onda e seguem dentro de momentos. O reino da virtualidade digital triunfa em toda a sua extensão e profunidade.
Posted by Anastácio Neto at 17:02 1 comments
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foto: Amit Gupta/Reuters
Sinceramente gosto de futebol, apesar de apreciar outros desportos que me parecem bem mais exigentes e competitivos a nível técnico e táctico. Lamento a derrota de ontem do Sporting, no entanto, mais lamentável ainda é o tempo de antena dado pela RTP1 ao fenómeno desportivo, em geral, e à final da taça UEFA, em particular. O delírio audiovisual do canal de serviço público transformado em desfile de banalidades ocupou praticamente dois dias de emissão. Desde entrevistas à vendedora de gelados à porta do estádio até opiniões técnicas do jardineiro do Alvalade sobre as condições do relvado, aos especialistas de bancada, os jornalistas fizeram das tripas coração para fazer passar um tempo manifestamente superior à importância e efemeridade do encontro "per si". A ideia difundida pelos média, de que não há vida para além da bola, encontra em mim um adversário. Lamento a febre não desportiva, pois como é sabido temos campeões olímpicos a varrerem escadas, mas futebolística. Parece que como povo temos sempre de gostar um pouco mais de futebol. As depressões colectivas são naturalmente uma consequência e um resultado mais do que natural. Fica a fotografia para elevar o espírito e procurar novas formas de vida, na minha opinião bem mais belas e inteligentes.
Posted by Anastácio Neto at 21:46 2 comments
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