Caso RTP cheira a cunhas
A RTP tem um novo caso que promete, desde logo, agitar a cena política nacional e alimentar ainda mais o debate, até agora intencionalmente muito mal conduzido, sobre o poder político-ecomómico que se abate nas redacções dos meios de comunicação social, uma reflexão que repite tem passado ao lado dos verdadeiros temas. Mas regressando ao actualidade, segundo fontes próximas do canal de serviço público, que actualmente emite o programa 1, 2, 3 com a arrepiante Teresa Guilherme em horário nobre, na origem da tragédia está, como seria de esperar, uma tão tradicional cunha, uma das maiores armas da confiança e destruição política da adminstração pública e privada portuguesa que, na comunicação social caminha a grande velocidade para os padrões de desenvolvimento muito próximos dos países do terceiro mundo.
Na origem da hecatombe de ontem à tarde, que levou a demissão em bloco de toda a direcção de informação da RTP, está a ingerência do conselho de adminstração no concurso interno de selecção de candidatos a correspondentes no estrangeiro. Este processo é dirigido pela direcção de informação e presidido, naturalmente, por José Rodrigues dos Santos, que toma sobre si a tarefa de analisar as candidaturas e apresentar os nomes dos vencedores ao conselho de administração que normalmente se limita a dar luz verde. Ao que tudo indica, no concurso para correspondente da RTP em Madrid, o nome de Rosa Veloso ficou num modesto quarto lugar. Quando a direcção de informação viu a dita jornalista a ser destacada para a capital espanhola pediu no dia seguinte, quinta-feira, uma reunião com a adminstração do canal para saber qual o motivo da inesperada subida no ranking. Depois da segunda reunião de ontem, José Rodrigues dos Santos, não satisfeito com as respontas que naturalmente colocavam em causa o seu trabalho, bateu mesmo com a porta, levando consigo toda a direcção de informação (Judite de Sousa, Miguel Barroso, Manuel da Costa, Maria José Nunes e Carlos Daniel).
Entretanto, os partidos da oposição já exigiram uma audição parlamentar ao director de informação da RTP para que este esclareça de uma vez por todas as verdadeiras razões da sua demissão. Depois do caso Marcelo, o PSD parece que aprendeu a lição e aceita o jogo mas com uma pequena condição: não meterem Morais Sarmento ao barulho.
Será por isso de esperar mais agitação em S. Bento, com os bloquistas a falarem do controlo dos meios de comunicação social por parte de Morais Sarmento, elevado ao estatuto de novo Goebbels ao serviço do regime de Santana, e o PSD a repetir que pelo menos esta cunha é da exclusiva responsabilidade do conselho de adminstração da RTP e que o ministro desta vez não teve nada a ver com o favor.
Se não houver mais revelações hoje de tarde e se as alegada cunha se confirmar, trata-se de trazer para a praça pública um mal geral e recorrente das adminstrações públicas e privadas das empresas "made in Portugal". Para grande tristeza de quem teve a má sorte de nascer neste jardim à beira mar plantado, quinta onde o mérito e a competência são factores secundários para arranjar emprego e para construir uma carreira de sucesso. Infelizmente os jornalistas como os restantes concidadãos não escapam a esta tragédia de também eles sem portugueses.
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