CSI e Arafat
Na noite de sexta-feira, deparei-me como uma notícia da Reuters que me chamou a atenção. Resumindo, podia ler-se que a CBS News tinha despedido o produtor responsável pela interrupção dos últimos cinco minutos da série policial CSI: NY com (imagine-se a ousadia) uma reportagem especial sobre a morte do líder palestiniano Yasser Arafat. Exactamente, o produtor achou por bem que a morte de uma figura com a importância e influência histórica de Arafat seria de alguma forma mais relevante para o público do que saber se os McGyvers do polícia forense de NY conseguiriam ou não desvendar mais um misterioso crime ocorrido algures na grande maçã. Puro engano. O génio da CBS acabou mesmo por ser despedido pela imperdoável incompetência de não entender os gostos e interesses dos telespectadores norte-americanos.
Mais ainda, a notícia do despedimento surge na sequência do pedido desculpas formal emitido pela própria CBS aos seus telespectadores pelo súbito corte na emissão do drama policial, uma das séries de maior audiência nas noites de quinta-feira, nos EUA. Registe-se ainda que as duas maiores rivais da CBS, NBC e ABC foram bem mais inteligentes e não interromperam a programação normal após a morte de Arafat.
Com este triunfo da ficção sobre a realidade, ultrapassando o mais aterradores dos pesadelos de Orwell, fica uma sugestão: contratar a equipe do CSI para descobrir as causas de morte do líder palestiniano e produzir num episódio especial a emitir a partir de França. CSI: Paris.
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