Teatro: Carta à ministra da Cultura
A Plateia - Associação de Profissionais das Artes Cénicas, que reúne mais de 20 companhias e produtoras teatrais do Norte do país, escreveu ontem uma carta à ministra da Cultura, pedindo a esta corrija a "grave situação de injustiça e desinvestimento que representam o montante de financiamento e o número de projectos a apoiar anunciados na abertura do concurso a apoio sustentado à produção teatral na região norte", segundo fez saber a representante da Plateia Catarina Martins. Na realidade é escandaloso, não só o montante dos apoios previstos para esta região (que representa o investimento "per capita" mais baixo de todo o país), como também o facto do referido concurso limitar os apoios a apenas 18 das 25 projetos candidatos.
Assim, uma companhia do Norte tem a seu cargo cerca de 230 mil habitantes, enquanto a média nacional ronda os 130 mil. Lisboa, para não variar, fica no top das beneficiadas, assim existe uma estrutura teatral financiada pelo MC para cada 84 mil lisboetas. Se se acrescentar a este número, o facto das companhias do Norte receberem menos do que a maioria, o cenário fica ainda mais negro. Existem no concurso várias estruturas que vão receber montantes na ordem de meio milhão de euros, enquanto no Norte, a produtora que terá mais apoio ficará com cerca de metade desse valor e é caso único. As restantes ficam-se em média pelos 100 mil euros.
Apesar da ministra se orgulhar de ter mais 0,1 por cento do OE 2005 para a gastar na Cultura, fica a sensação de que a responsável entende que Portugal acaba algures entre os rios Mondego e o Douro e o resto ou é paisagem ou pertence à Xunta da Galiza...
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